Quando três amigos se juntaram, há quatro anos, para criar uma festa, celebração ou deem o nome que quiserem para o que a Futurafrica faz, eles não imaginavam a dimensão e repercussão que isso alcançaria. Agitando a cena cultural santista, Mauro Mariano a.k.a. Dubkilla (músico), Alessandro Bueno (percussionista) e Luiz Dias, o dj Lufer, tinham certeza de que Santos e região precisavam de um novo momento, de uma nova agitação cultural, com quebra de paradigmas e novas maneiras de celebrar a música, a arte e fundamentalmente, celebrar as várias diferenças de ser, estar e crer fossem espalhadas e misturadas a maresia caiçara.
O coletivo Futuráfrica se baseia nos ritmos negros universais, na música dos guetos mundiais, na música das ''quebradas do mundaréu'', como já dizia nosso grande conterrâneo Plínio Marcos. Inspirados no conceito do afrofuturismo, no qual um dos seus vários aspectos, destaca a necessidade de transformar, samplear, rearranjar algo já existente, seja uma música, uma imagem, uma ideia, em outra forma de expressão, e também na cultura rizomática que diz que se conectarmos um ponto qualquer com outro ponto qualquer, ele não teria nem começo nem fim, mas sempre um meio por onde cresce e transborda. Dentro dessas ideias e necessidades culturais foi que nasceu o coletivo.
Muito se fez, se faz, e ainda há de ser feito. Nestes quatro anos várias fases. Incluindo a fomentação da cena do Rap, quando trouxemos vários artistas nacionais como Speed Freaks (RIP), Xis, De Leve, Veiga & Salazar, Marechal, Bnegao, Rodrigo Brandão, Lourdes da Luz, Elo da Corrente, Gurila Mangani. E os locais Emerson Tripah, Conexão Baixada, DJ Bali, DJ Beto Machado, Pamelloza, Ingrid.
Participação na Casa de Família, núcleo de ativistas contracultura, feministas e pró libertação sexual. De onde uma nova visão sobre respeitar a todos os tipos de orientações foi implantada naturalmente, culminando em uma festa contra a homofobia e a favor da diversidade sexual.
Propagação da cultura sound system e das vibes jamaicanas pela região tendo como grandes aliados os irmãos do Reggay 420. Por aqui passaram Buguinha Dub, Neguedmundo, Digital Dubs, Sistah Ceci, Coletivo Action, Sacal, Pumpkilla. Abrindo espaço para nossos toasters locais, como Sandro Ras, Wilson Kiçara e Thiago Cigano.
A Futuráfrica foi quem trouxe para nossa Black Town, a cultura do Global Bass, ou Global Guettotech passando por aqui produtores e djs nacionais e internacionais: Maga Bo (USA), Villa Diamante e Catar Sys (Argentina), DJ Rustico & Coco Electrico (Argentina), Patrick Tor4 (BR) e Axe.l (Alemanha).
Tivemos a honra de receber o grupo holandês de origem surinamesa, Fra Fra Sound em uma noite mágica no Studio G, em 2011. Ali se iniciou uma fase muito ligada aos ritmos africanos, com a chegada do Dr. Caiaffo ao nosso casting. E nesse mesmo ano, fizemos o lançamento do livro biográfico do papa do afrobeat, Fela Kuti, com a presença do escritor e cientista político, Carlos Moore, um trabalho feito a 12 mãos em parceria com o SESC SANTOS. Tendo Dayane Rodrigues como a capitã dessa empreitada, e a atuação impecável do staff futurafricano da época, Joana Squillaci, Marian Vieira, Bryan Faustino, e nosso homem das artes visuais Thiago Augustus.
Artistas, djs e bandas nacionais que estiveram em terras caiçaras e que fazem parte da nossa diversidade musical são: Festa Criolina de Brasília, Totonho e os Cabras, Dj Acidental, Tata Ogan, Chimpanze Club Trio.
Artistas e bandas locais que fortalecem demais nossa cena, como os amigos e irmãos; Caio Bosco e banda, Vapaa, Marcozi, Digo & a New Gafieira, Maracatu Quiloa, Beto Machado, BORA, Vinil Colante, Aline Benedito, Olivia Laba, Vela, A Fase, Yuri Scavinski, Alex Sorriso, Carlos Cruz, Baka, Marcelo Dubianchi, Jamir Lopes, Michel Pereira, Andre Azenha. Haja visto que em sua maioria, estiveram presentes muitas vezes em nosso Terreiro Digital, localizado a Av. Joao Pessoa 233. Ponto clássico das celebrações futurafricanas, Jungle Dub, Futurafrica #aJamaicana, Festa de São Jorge e o local da primeira Virada Ilegal de Santos por onde passaram bandas, djs, rappers, grafiteiros e artistas plásticos da baixada santista.
Vivemos hoje uma nova fase com a terça mais animada da cidade. O projeto Vitrolada, que se desmembra nas noites dos djs acidentais e o Baile AfroJazzLatino & outras Quissassas. Nossa empreitada se fortaleceu com a chegada do grande amigo e mentor, o Gran Mestre da discotecagem, Wagner Parra, e que junto com Dr. Caiaffo e Lufer, capitaneia uma vez por semana no Torto Bar, um verdadeiro caldeirão de amigos, boa música, arte e muita dança. Pelo Baile AfroJazzLatino passaram, Dj Rustico, DJ Tudo, Dj Sankofa(Gana), Edu Corelli. E como djs acidentais, figuras ilustres de Santos, jornalistas, produtores culturais, fotógrafos, publicitários, músicos e amigos que realizaram a façanha discotecar em uma noite sempre cheia de surpresas. A partir daí surgiram muitos convites para participações de eventos chaves na cidade. Santos Jazz Festival, show do incrível Dr. Morris e os Vivos, no Sesc Santos, e muita coisa ainda está por vir. Aguardem!
Somos eternamente gratos a todos que colaboraram e de certa forma ainda colaboram para nossa continuidade. Todos nossos amigos, público, apoiadores e parceiros como, Sesc Santos, Curta Santos, Cinezen/Culturalmente Santista, Impacto do Som, O Temakinho, Soulgrenn, Body Play, Evolution, Hard Store, A Fase, Disqueria, Clash Store, Toca do Açai, D'boa, Restaurente Nagasaki Ya, Sound of Fish, Akira Tattoo, Boaz Surf Shop, Rosa Marinho, Bikinni Barista, Base Arte e Cultura.
Como diz um dos ícones do afrofuturismo nacional, Chico Science, " um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar ", então sigamos adiante, o futuro nos reserva boas realizações.
Muita Paz, Amor, Musica e Respeito!!
Valeu!!
Coletivo Futurafrica